Acúmulo de nutrientes e carboidratos em populações da espécie Myrsine cariacea

Nome: KELVIN DE JESUS LEITE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/03/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Co-orientador
Paulo Cezar Cavatte Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Elias Terra Werner Examinador Interno
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Coorientador
Mário Luís Garbin Examinador Externo
Paulo Cezar Cavatte Orientador
Samuel Cordeiro Vitor Martins Examinador Externo
Tatiana Tavares Carrijo Suplente Externo

Resumo: Espécies dioicas apresentam traços ecofisiológicos distintos, habilidade que diminui a competição intraespecífica por um mesmo recurso, propiciando a coexistência. Esse dimorfismo sexual é notório durante o período reprodutivo onde, geralmente, indivíduos femininos investem mais nutrientes e carboidratos não estruturais na produção de frutos carnosos em relação aos indivíduos masculinos, que não investem em produção de frutos. Entretanto variações altitudinais podem modificar essa demanda diferencial de recursos entre os sexos. Em regiões de maiores altitudes os indivíduos são expostos a baixas temperaturas, menor pressão atmosférica e maiores índices de radiação solar o que pode prejudicar no acúmulo de recursos no tecido foliar, bem como, a disponibilidade de recursos no solo. O objetivo deste trabalho foi examinar o acúmulo diferencial de nutrientes e carboidratos, considerando o efeito do dimorfismo sexual em oito populações de M. coriacea localizadas ao longo de um gradiente de altitude na Floresta Atlântica no Estado do Espírito Santo. Amostras de folhas e solo foram coletadas de seis indivíduos femininos e masculinos de cada uma das oito populações. Análises foram realizadas para determinar a concentração de nutrientes no solo e a concentração de carboidratos solúveis, amido e nutrientes no tecido foliar. Os resultados mostraram que o sexo não influencia no acúmulo de carboidratos e nutrientes no tecido foliar, e sim, o fator população. A população exposta à maior condição de altitude apresentou maior acúmulo de amido e menor acúmulo dos carboidratos solúveis glicose e frutose. Em contrapartida, a população exposta à menor condição de altitude apresentou maior acúmulo de glicose e frutose e, menor acúmulo de amido. A população exposta à maior condição de altitude apresentou maiores acúmulos de manganês, cálcio, ferro e magnésio, e baixas concentrações de nitrogênio, fósforo, potássio e boro, contrariamente, às populações expostas a menores de altitude que apresentaram maiores concentração desses nutrientes. Esses fatos indicam que as condições limitantes impostas pelas elevadas altitudes, baixas temperaturas por exemplo, interferem no acúmulo de reservas, como o amido, e na mineralização da matéria orgânica, diminuindo o acúmulo de nitrogênio, fósforo e potássio no tecido foliar. Diferentemente, os fatores sexo e população interagem e influenciam na disponibilidade de nutrientes no solo de indivíduos masculinos e femininos, logo, a disposição de nutrientes no solo é variável e dependente do sexo e da população que o indivíduo está inserido. As populações estão inseridas em distintas condições de altitude, temperatura e demais fatores abióticos, entende-se que uma plasticidade fenotípica sexual e ambiental possam existir para determinação de nutrientes no solo. Ainda, elevadas concentrações de nutrientes no tecido foliar estão atreladas a uma alta disponibilidade desses nutrientes no solo. As plantas de Myrsine coriacea apresentam uma plasticidade fenotípica ambiental para o acúmulo de recursos na folha, isso, agregado ao dimorfismo sexual, influenciam na disponibilidade de nutrientes no solo entre populações expostas a um gradiente de altitude. As condições ambientais impostas pelo ambiente ao longo do gradiente de altitude, interferem na expressam do dimorfismo sexual secundário entre indivíduos da mesma população, tornando o acúmulo de recursos semelhante entre machos e fêmeas.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910