Radiação UV-B e adubação silicatada sobre a morfologia, fisiologia e bioquímica de dois genótipos de Theobroma cacao L. (Malvaceae)
Nome: LEONARDO VALANDRO ZANETTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/08/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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Camilla Rozindo Dias Milanez | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Anderson Geyson Alves de Araújo | Examinador Externo |
Antelmo Ralph Falqueto | Examinador Interno |
Camilla Rozindo Dias Milanez | Orientador |
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol | Examinador Interno |
Gloria Maria de Farias Viégas Aquije | Suplente Externo |
Liana Hilda Golin Mengarda | Examinador Externo |
Paulo Cezar Cavatte | Suplente Interno |
Resumo: Vários estudos relatam os efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta-B (UV-B) sobre os crescimento e processos fisiológicos fundamentais de diversas espécies de plantas cultivadas.
Entretanto, as espécies apresentam sensibilidade variável à radiação UV-B, e o silício pode atuar como agente amenizador do estresse causado por esse tipo de radiação, resultando, em alguns casos, em incremento de desenvolvimento. O cacaueiro (Theobroma cacao L.) é considerado uma das culturas perenes mais importantes devido suas sementes serem a matéria prima para produção do chocolate, produto de grande importância econômica. O cultivo do cacaueiro que, tradicionalmente, é realizado à sombra, tem dado lugar ao cultivo a pleno sol, devido a maior produtividade das plantas nesta condição, porém, com maiores custos de manutenção. As plantas a pleno sol ficam totalmente expostas à radiação UV-B a qual pode prejudicar o desenvolvimento vegetal. Tecnologias que possibilitem maior desempenho das plantas à condições estressantes é de grande interesse para os produtores, e nesse contexto, o
silício parece ser promissor por apresentar efeitos positivos sobre as plantas nas diversas tensões ambientais. No presente trabalho, baseando-se no crescimento, anatomia foliar e alterações fisiológicas e bioquímicas, avaliaram-se os efeitos da radiação UV-B sobre mudas de dois genótipos de cacaueiro (Catongo e PH16) com folhas de coloração antociânica contrastante. Identificado o genótipo mais suscetível à UV-B, determinaram-se os efeitos
interativos desta radiação com plantas adubadas com silício, buscando uma possível ação do silício na redução do estresse por UV-B. Ao final, investigou-se a localização, morfologia e composição química dos cristais foliares encontrados no genótipo Catongo de T. cacao, verificando-se a possível composição silicatada de alguns cristais. Para isso, mudas de cacaueiro de dois genótipos, Catongo e PH16, foram mantidas em condições controladas de
crescimento, durante 42 dias, sendo submetidas a dois níveis de radiação UV-B (0 e 3 KJ m-2 dia-1) e duas concentrações de Si na adubação (0 e 2 mM). O genótipo Catongo foi caracterizado como o mais suscetível e, por esse motivo, foi o genótipo selecionado para avaliar o efeito do Si sobre as plantas expostas à radiação UV-B. Foram analisados: crescimento, anatomia foliar, trocas gasosas, fluorescência da clorofila, pigmentos fotossintéticos, polifenóis, carboidratos solúveis, lignina, mucilagem, enzimas antioxidantes, teores de peróxido de hidrogênio e malondialdeído e teor de silício. Além disso, secções
foliares e cristais isolados foram analisados por meio de microscopias de luz transmissível e polarizada e eletrônica de varredura, sendo a composição química dos cristais determinada por meio de testes histoquímicos, microanálise de raio X e espectroscopia Raman. Os dados mostraram que ambos os genótipos sofreram danos foliares com a exposição à radiação UVB, porém, foram mais evidentes no genótipo Catongo, que evidenciou um alto custo energético com as alterações metabólicas. Em contrapartida, o genótipo PH16 demonstrou tolerância à radiação UV-B, apresentando maior eficiência energética com um elevado ganho de biomassa. A avaliação do efeito do Si sobre as plantas de Catongo submetidas à UV-B, mostrou que a adubação silicatada atuou de forma regulada com a radiação UV-B proporcionando economia energética pela redução do consumo de carbono pela respiração e
da produção de pigmentos fotossintéticos e de substâncias absorventes de UV-B, levando a um maior acúmulo de biomassa. Por último, as investigações relacionadas aos cristais foliares de T. cacao revelaram uma elevada diversidade de formas e composição química dos cristais observados, sendo de oxalato de cálcio, sílica ou uma mistura destes dois primeiros.