RESPOSTAS ECOFISIOLÓGICAS E REPRODUTIVAS DE Allagoptera arenaria (ARECACEAE) ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS EM AMBIENTE DE RESTINGA
Nome: LILIANE BALDAN ZANI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/12/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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Luis Fernando Tavares de Menezes | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANGELA PIERRE VITORIA | Examinador Externo |
Diolina Moura Silva | Examinador Interno |
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol | Examinador Interno |
Glória Mattalana Tobón | Suplente Externo |
Luis Fernando Tavares de Menezes | Orientador |
Marcelo da Costa Souza | Examinador Externo |
Valéria de Oliveira Fernandes | Suplente Interno |
Resumo: A velocidade com que mudanças no clima vem acontecendo são uma ameaça em grande escala ao meio ambiente. Não se sabe como as plantas responderão a essas mudanças, pois existem poucas informações acerca das respostas ecofisiológicas das mesmas às mudanças nos padrões de temperatura e precipitação. Dessa forma, é importante identificar as possíveis vulnerabilidades das espécies nos cenários de mudanças climáticas globais. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos isolados e combinados do aumento de temperatura (2°C) e volume pluviométrico (25%) na produção de biomassa, fenologia reprodutiva, trocas gasosas e fluorescência da clorofila a de Allagoptera arenaria em ambiente de restinga usando câmaras de topo aberto (open top chambers - OTCs) adaptadas e calhas coletoras de chuva. Foram selecionados 40 arbustos de A. arenaria distribuídos em quatro tratamentos, ambiente aberto-controle (C), aumento do volume pluviométrico em 25% (P), aumento de temperatura em 2°C (T) e aumento de temperatura em 2°C e volume pluviométrico em 25% (TP). O experimento foi montado no mês de junho de 2015 e as amostragens realizadas em novembro de 2015 e em fevereiro, junho e novembro de 2016. Os resultados demonstraram que as OTCs e as calhas foram eficazes para simular os efeitos de mudanças climáticas propostos. Os valores da variação da biomassa aérea foram
maiores para o tratamento TP quando comparados ao tratamento T que, por sua vez, apresentou mais ciclos reprodutivos ao longo do período avaliado. Dessa forma foi possível verificar duas vertentes distintas entre os resultados no sentindo de produção de biomassa e produção de estruturas reprodutivas. As plantas submetidas ao tratamento TP apresentaram as maiores taxas de assimilação de CO2 (A), condutância estomática (gs), e transpiração (E) enquanto que o tratamento T apresentou as menores taxas nas amostragens inicialmente. Quanto a interação entre as variáveis fotossintéticas foi possível afirmar que nos meses de novembro/2015, fevereiro/2016 e junho/ 2016 houve a maior variação entre as variáveis de trocas gasosas, enquanto que em novembro/2016 houve poucas alterações significativas entre essas variáveis. O tratamento T apresentou considerável redução nas respostas dos transientes da fluorescência da clorofila a e o aumento do volume pluviométrico contribuiu para amenizar os efeitos do aumento de temperatura no tratamento TP. Em P não foram observadas diferenças em relação ao controle para as análises realizadas. Com as mudanças climáticas é possível que, A. arenaria desenvolva mecanismos para sobreviver ao aumento de temperatura e o aumento do volume pluviométrico pode favorecer esse processo. Possíveis aumentos de temperatura futuros poderão encurtar o ciclo reprodutivo de A. arenaria na tentativa de garantir o sucesso adaptativo e evolutivo dessa espécie. No ambiente de restinga essa espécie já lida com condições adversas e a tolerância à temperatura cada vez mais altas pode ser adquirida como
mecanismo de adaptação ao ambiente de crescimento alterado.
Palavras-chave: Mudanças climáticas biomassa aérea fenologia fotossíntese Allagoptera arenaria restinga