Crescimento inicial e eficiência fotoquímica de mangueiras cultivadas em solo contendo lama do rio doce
Nome: Jaderson Fernando Neves de Freitas
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/02/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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CAMILLA ZANOTTI GALLON | Co-orientador |
Diolina Moura Silva | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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CAMILLA ZANOTTI GALLON | Examinador Interno |
Diolina Moura Silva | Orientador |
MOISÉS ZUCOLOTO | Examinador Externo |
Sara Dousseau Arantes | Examinador Externo |
Resumo: RESUMO
Este trabalho avaliou os efeitos da lama oriunda do leito do Rio Doce (19º4154550 S, 40º 07 43960 O), sobre a atividade fotossintética e o crescimento de três cultivares enxertadas de Mangífera Indica L. em estádio de muda. O Rio Doce, ao longo dos anos, vem sofrendo com a deposição de materiais contaminados oriundos da extração do minério de ferro. Essa situação agravou-se com o rompimento da barragem de Mariana-MG em novembro de 2015, quando milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram depositados e arrastados ao longo da bacia do Rio Doce. Até o momento, pouco se sabe sobre a magnitude do impacto causado pela lama no desenvolvimento das espécies vegetais. A atividade agrícola das regiões próximas ao desastre foi altamente prejudicada, os rejeitos compactaram o solo tornando-o infértil. Entender a fisiologia das plantas submetidas a essa nova realidade ambiental é primordial para as estratégias de recuperação tanto do âmbito ambiental quanto socioeconômico. Para isso, três diferentes cultivares de Mangífera indica L. com destaque no mercado de frutíferas foram utilizadas para avaliar os efeitos dos resíduos de mineração sobre o crescimento e a vitalidade das plantas. Os tratamentos foram caracterizados de acordo com as cultivares (Rosa, Tommy Atkins e Palmer) submetidas a três concentrações dos resíduos de mineração (0%, 20% e 50) presente no substrato a base de turfa. Essas concentrações foram caracterizadas de acordo com as propriedades físicas e químicas. Simultaneamente, as análises nutricionais das folhas das cultivares foram avaliadas. As medidas de crescimento e as análises fotossintéticas foram realizadas mensalmente, entre outubro de 2016 a outubro de 2017. No último mês de análise foi realizada a contagem dos primeiros frutos das cultivares estabelecendo-os em ter categorias de acordo com seu tamanho. Os parâmetros que melhor representaram os efeitos dos resíduos de mineração no desenvolvimento das mudas foram o PITOTAL (Indice de desempenho total da etapa fotoquímica da fotossíntese) e o PIABS (índice de desempenho do FSII). Os danos causados foram evidentes na cv. Rosa, as análises de crescimento, os índices de clorofila, as curvas OJIPs normalizadas juntamente com os parâmetros do teste JIP utilizados, corroboram essa
afirmação. Através dessas análises também foi possível observar que as cultivares Tommy Atkins e Palmer não apresentaram redução significativas em resposta ao aumento das concentrações residuais. Os resultados dos macro e micronutrientes foliares revelaram que a cv.Rosa (Tratamento 50%) apresentou níveis tóxicos de Mn, podendo ter contribuído para a severidade do estresse observado. Os resultados indicaram, frente aos efeitos causados pelos resíduos oriundo do leito do Rio Doce, que a cv.Rosa apresentou os mais severos sintomas, resultando em mudas menos desenvolvidas e com uma produtividade inicial reduzida, enquanto as cultivares Tommy Atkins e Palmer demonstraram alta tolerância ao efeitos da contaminação.
Palavras-chave: Desastre, fluorescência, crescimento, compactação, mangueira.