EFEITOS de Diferentes Condições Físicas e Efluentes
agrícolas Sobre o Cultivo de Microalgas da Familia
scenedesmaceae Como Subsídio à Aplicação
biotecnológica
Nome: ADRIANO GOLDNER COSTA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/03/2018
Orientador:
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Papel |
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VALÉRIA DE OLIVEIRA FERNANDES | Orientador |
Banca:
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Papel |
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CAMILLA ROZINDO DIAS MILANEZ | Suplente Interno |
CAMILO DIAS JÚNIOR | Examinador Interno |
GUSTAVO HADDAD SOUZA VIEIRA | Suplente Externo |
MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI | Examinador Interno |
PAOLA ALFONSA VIEIRA LO MONACO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: O crescente interesse pelo cultivo de microalgas se deve não somente à sua
importância ambiental e biológica, mas também por constituir uma importante
ferramenta para a produção de biomassa com diversas aplicações de interesse
econômico, como a obtenção de biocompostos para suplementação alimentar
humana, produção de ração animal, além de outras aplicações potenciais, como o tratamento de águas residuais e produção de biocombustíveis. Estudos com a manipulação das condições de cultivo, como luz e temperatura, são importantes para avaliar o desenvolvimento das microalgas e viabilizar o aumento da biomassa, subsidiando a redução dos custos em sua produção. Além disso, o uso de meios alternativos de fácil aquisição e que sejam ricos em compostos nutricionais, como efluentes de atividades agrícolas, pode ajudar a viabilizar o processo em maior escala. Neste estudo foram avaliados os efeitos de diferentes condições de temperatura (25ºC, 30ºC e 35ºC) e luminosidade (sem sombreamento, sombreamento 50% e sombreamento 70%) sobre o crescimento e biomassa da espécie Desmodesmus communis, bem como foram testadas diferentes concentrações de efluentes agrícolas (solução hidropônica residual de cultivo de alface e resíduo de suinocultura biodigerido) como meios alternativos no cultivo de Scenedesmus acuminatus, visando minimizar custos produtivos e mitigar impactos ambientais. Para a solução hidropônica residual foram estabelecidos três tratamentos com diferentes concentrações do efluente (20%, 30% e 40%) e um controle com meio de cultura sintético ASM1; para o resíduo de suinocultura biodigerido também foram estabelecidos três tratamentos com diferentes concentrações do efluente (10%, 15% e 20%) e um controle com meio de cultura sintético. No experimento com diferentes temperaturas, maiores densidades celulares foram registradas em 30°C e 35°C, mas o acúmulo de massa seca e clorofila foi significativamente maior em 30°C. Quanto à luminosidade, a condição sem sombreamento e o sombreamento 50% apresentaram valores aproximados dos parâmetros de crescimento. Maior concentração de clorofila foi registrada no tratamento 50%. As algas cultivadas sob sombreamento 70% apresentaram significativa limitação no crescimento, produção de biomassa e clorofila. Nos experimentos com diferentes concentrações de efluentes agrícolas, além da avaliação do crescimento, foram analisadas as diferenças na composição química
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(carboidratos, proteínas, lipídios e ésteres metílicos de ácidos graxos) da biomassa
gerada, bem como seu potencial em termos de remoção de nutrientes. Concluiu-se
que níveis intermediários de temperatura e luminosidade apresentaram resultados
mais promissores para serem empregados no cultivo de D. communis, com vistas
à obtenção de compostos de interesse comercial. Quanto às diferentes
concentrações dos efluentes agrícolas testados como meios de cultura alternativos,
o cultivo de S. acuminatus em solução hidropônica residual apresentou-se como
uma proposta interessante, uma vez que as algas utilizadas apresentaram elevado
crescimento nas maiores concentrações testadas deste efluente, além de grande
potencial para remover compostos inorgânicos de águas residuais e para produzir
biomassa útil para a produção de biocombustíveis, fertilizantes e outros
bioprodutos. Por outro lado, o cultivo da microalga em efluente de suinocultura após
biodigestão apresentou baixa eficiência em termos de produtividade de biomassa
útil e de biorremediação, sendo inviável ao crescimento das algas em
concentrações superiores à 10% do efluente.
Palavras-chave: Biodiesel biorremediação efluentes luz microalgas
temperatura