Transmissão Vertical e Localização do Papaya Meleira Virus (pmev) em Tecidos Embrionários de Carica Papaya L.
Nome: SCARLETT DOS ANJOS OLIVEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/02/2019
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
DIOLINA MOURA SILVA | Co-orientador |
PATRICIA MACHADO BUENO FERNANDES (M/D) | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ELIAS TERRA WERNER | Suplente Interno |
FRANCISCO MURILO ZERBINI JUNIOR | Examinador Externo |
GERALDO ROGÉRIO FAUSTINI CUZZUOL | Examinador Interno |
OEBER DE FREITAS QUADROS | Suplente Externo |
PATRICIA MACHADO BUENO FERNANDES (M/D) | Orientador |
Páginas
Resumo: O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma frutífera de grande importância econômica para o Brasil e para o estado do Espírito Santo. A doença de etiologia viral, meleira do mamoeiro, tem afetado a produção da fruta causando grandes perdas econômicas em pomares do Brasil e México. A doença é atribuída a infecção combinada do papaya meleira virus (PMeV) e do papaya meleira virus 2 (PMeV2), ou complexo PMeV. Em plantas assintomáticas é possível detectar o PMeV, mas somente plantas com dupla infecção apresentam sintomas típicos da
doença. Foi postulado que o PMeV pode ser um vírus de comportamento persistente em mamoeiro, visto que, não induz sintomas visíveis em infecção simples, não sintetiza uma proteína de movimento (MP) e possui capacidade de infectar células com potencial meristemático em embriões somáticos. Contudo, a transmissão de vírus através de sementes, mecanismo de dispersão comum em vírus persistente, não foi descrito para o PMeV. Devido a importância das sementes para a formação dos pomares investigamos a transmissão vertical
do PMeV e sua distribuição nos tecidos de semente. Frutas de plantas da variedade THB, sem sintomas visíveis para a meleira do mamoeiro, foram selecionadas para obter as sementes do estudo. Cinquenta sementes foram cultivadas em câmara de germinação para obter plântulas com 45 dias de emergência. Estas foram empregadas para o estudo de transmissão vertical do
PMeV em uma abordagem RT-PCR seguida de eletroforese em gel. Investigamos também, por meio da hibridização in situ, a distribuição do dsRNA do PMeV nos tecidos de semente dormentes e sementes com 15 dias de germinação. Nossos resultados confirmam que o PMeV pode ser transmitido para a geração seguinte através de sementes infectadas, visto que 21 das 25 amostras de plântulas amplificaram o fragmento de aproximadamente 500 pb. Os resultados da hibridização in situ mostraram que o PMeV pode infectar diferentes tecidos da
semente. Em sementes dormentes o PMeV foi capaz de infectar células do parênquima esponjoso da folha cotiledonar, endosperma, parênquima cortical e procâmbio do eixo embrionário. Em contrapartida, em sementes com 15 dias de emergência, o vírus foi detectado em células do parênquima esponjoso próximo e dentro dos feixes vasculares da folha cotiledonar e nenhum sinal de fluorescência foi detectado no revestimento da semente
dormente ou com 15 dias de germinação. A diferente distribuição do dsRNA em tecidos de semente em dois estádios de desenvolvimento diferentes apontam possíveis estratégias de infecção, sobrevivência e movimento que são discutidos neste trabalho.