"ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DAS ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE Schinus terebinthifolia Raddi (aroeira) SUBMETIDA A DIFERENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO".
Nome: Renê Lemos Aleluia
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Maria do Carmo Pimentel Batitucci | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Hildegardo Seibert França | Examinador Interno |
Jose Aires Ventura (M/D) | Examinador Interno |
Juliana Macedo Delarmelina | Suplente Externo |
Maria do Carmo Pimentel Batitucci | Orientador |
Ricardo Machado Kuster | Examinador Externo |
Resumo: RESUMO
Schinus terebinthifolia Raddi (Anacardiaceae) é uma planta nativa do Brasil, conhecida
popularmente como aroeira. É uma das espécies vegetais mais utilizadas na medicina
tradicional. Seus órgãos são empregados na produção de preparos usados no tratamento de
várias patologias. Os frutos são utilizados como condimento alimentar (pimenta-rosa), sendo
exportados para diversos países. Além das ações farmacológicas, é também remetida à aroeira
algumas ações biológicas decorrentes de compostos oriundos do seu metabolismo secundário,
principalmente os compostos fenólicos. No entanto, o uso da aroeira e de seus produtos ainda
é pautado no extrativismo em áreas de ocorrência natural da espécie, o que não garante
uniformidade quanto à sua composição química e as ações biológicas advindas desses
compostos, devido à interferência de fatores ambientais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
influência de diferentes modos de adubação na produção de metabólitos secundários de plantas
de Schinus terebinthifolia Raddi e sua relação com as atividades biológicas exibidas pelos
extratos etanólicos produzidos a partir de folhas e frutos dessas plantas. O material vegetal
utilizado, no presente estudo, foi coletado em um plantio experimental do INCAPER, município
de Linhares ES. Foram utilizados seis modos de adubação na nutrição suplementar de plantas
de aroeira, com as seguintes características: T1 = testemunha; T2 = adubo NPK; T3 = T2 + boro
(H3BO3); T4 = T2 + zinco (ZnSO4); T5 = T2 + H3BO3 + ZnSO4, e T6 = adubação orgânica
(esterco bovino). Após a coleta, o material vegetal (folhas e frutos) de cada tratamento foi seco,
triturado e com eles foram produzidos extratos etanólicos brutos. Amostras de folhas e frutos
foram avaliadas quanto ao seu perfil químico de nutrientes. Todos os extratos foram avaliados
por meio de Espectrometria de Massas (ESI (-) FT-ICR MS e MS/MS), ensaios de fitoquímica
(teores totais de fenólicos, de flavonoides e de taninos), atividade antioxidante (ABTS, DPPH,
FRAP e Atividade quelante do Fe2+), citotoxicidade e anti-citotoxicidade em linfócitos
humanos e efeito antiproliferativo em células de Sarcoma 180 in vitro (ensaio MTT). Os
extratos de S. terebinthifolia Raddi que apresentaram melhor desempenho nos testes biológicos
foram avaliados quanto ao potencial alelopático (sistema-teste Allium cepa). A análise química
de S. teribinthifolia Raddi revelou que a maioria das folhas apresentou baixos teores de P, Fe,
Cu, Zn e Mn. As plantas do tratamento T5 possuíam, em seus frutos, baixos teores de P, Fe, Zn
e Mn e teor elevado de cobre, mas não em nível de toxidez e, além disso, nas folhas, essas
plantas também apresentaram baixos teores de N e Cu. Os frutos dos tratamentos T1, T2, T3,
T4 e T6 apresentaram somente carência de Zn e Mn, mas com elevado teor de cobre (Cu). As
folhas de T1F, T2F, T3F, T4F, T5F e T6F exibiram as maiores alterações nos conteúdos de
macro e micronutrientes. As análises espectrométricas identificaram nos extratos etanólicos de
frutos e folhas de aroeira diferentes classes de substâncias, com destaque para os ácidos
anacárdicos e seus derivados. Os extratos de frutos e folhas de S. terebinthifolia apresentaram
respostas distintas nos testes de quantificação de compostos fenólicos e nos ensaios
antioxidantes, sendo que T1F e T6F apresentaram maior conteúdo de fenóis, flavonoides e
taninos. A análise multivariada (PCA) demonstrou que a presença desses compostos bioativos
influenciou em melhores respostas desses extratos na ação antioxidante, quando avaliados pelos
testes do ABTS, DPPH e FRAP. Porém, no ensaio da quelação do Fe+2, os extratos de frutos
dos tratamentos T3 e T5 foram mais eficientes. Na avaliação de viabilidade celular em linfócitoshumanos, a maioria dos extratos testados demonstrou atividade citotóxica nas concentrações e
tempos avaliados, sendo o tratamento T2 aquele com maior seletividade de ação em relação às
células tumorais. Na avaliação anticitotóxica, nos tratamentos simultâneo e pós-tratamento, os
extratos de T1F e T6F demonstraram capacidade protetiva aos linfócitos humanos frente à
cisplatina, na maioria das concentrações testadas. Em relação ao potencial alelopático, todos os
extratos testados, nas concentrações de 1,0; 2,5 e 5,0 mg.mL-1 interferiram na germinação de
sementes expostas a eles (IA), assim como nos parâmetros de germinação (IVG) e de
crescimento radicular (CRM e IVCR).
Palavras-chave: Alelopatia antioxidantes ácidos anacárdicos citotoxicidade