Características morfológicas de frutos, acúmulos de reservas em sementes e aclimatação fotossintética de populações de Myrsine coriacea (PRIMULACEA)
ao longo de um gradiente de altitude
Nome: Vinicius Ferreira Moreira
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/10/2022
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| Paulo Cezar Cavatte | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| Elias Terra Werner | Examinador Interno |
| Leandro Torres de Souza | Examinador Externo |
| Mariana Duarte Silva Fonseca | Suplente Externo |
| Paulo Cezar Cavatte | Orientador |
| Sara Dousseau Arantes | Suplente Interno |
| Tatiana Tavares Carrijo | Examinador Externo |
| Viviana Borges Corte | Examinador Interno |
Resumo: Myrsine coriacea está distribuída em diferentes fitofisionomias na Mata Atlântica podendo ser encontrada desde restinga até campos de altitude. Os avanços frequentes do aquecimento global, pode modificar a estrutura da comunidade florestal ao longo do gradiente altitudinal, interferindo na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos. Assim, espécies que permanecem em um gradiente altitudinal poderão fornecer informações sobre como enfrentar essas mudanças climáticas. Este estudo tem como objetivo geral analisar as respostas morfológicas e o acúmulo de compostos de reservas em frutos e sementes de populações de M. coriacea (PRIMULACEAE) provenientes de diferentes altitudes, bem como avaliar o potencial de aclimatação fotossintética em mudas submetidas às condições térmicas
contrastantes. Então foram realizadas coletas de frutos em populações de M. coriacea submetidas a uma variação altitudinal de 639 a 2160 m na região sudeste do país. No primeiro capítulo o diâmetro polar (PD), o diâmetro equatorial (ED), a massa seca da semente (SDM) e a massa seca do fruto (FDM), demonstrou um decréscimo em populações de altitudes mais elevadas, enquanto os compostos de reservas apresentaram uma ampla variação em relação a altitude. Porém, a concentração de lipídios (LIP) e fenóis (PHE) nas sementes e no pericarpo foram mais associadas com as populações de altitudes mais elevadas (MAC e CAQ). Como resultado a divergência morfológica e a composição química dos frutos e nas sementes de M. coriacea mostraram uma ligação dependente com a altitude de origem, porém
ambas características foram negativamente correlacionadas. Mesmo assim, a hipótese em que frutos e sementes apresentam menor tamanho e o aumento no acúmulo de reservas em populações de altitudes mais elevadas foi aceita. No segundo capítulo, sete das dez populações de M. coriacea passaram pelo
processo de germinação e posteriormente foram submetidas em duas condições de jardim comum controladas automaticamente, uma simulando alta demanda atmosférica [AD] e outra simulando baixa demanda atmosférica [BD]. Seis horas antes do início da avaliação quatro indivíduos de alta demanda foram transferidos para baixa demanda e vice-versa a fim de examinar o efeito dos tratamentos sobre o metabolismo das plantas e buscando entender o processo de aclimatação de populações provenientes de
um gradiente de altitude. Aqui testou-se as respostas fotossintéticas durante 24 horas baseado na hipótese de que indivíduos de altitudes mais elevadas terão menor desempenho fotossintético, baixo potencial de tolerância e menor adaptação às condições de alta demanda, enquanto as populações de baixa altitude poderão indicar alto potencial de aclimatação. Observou-se que a aclimatação fotossintética das populações quando inseridas em ambientes diferentes da sua origem, revelou uma queda no desempenho da população com altitude de MAC (1770 m) dado pelos valores de A, E, Fv/Fm, ETR/Ag e Rp/Ag, corroborando com a hipótese do trabalho. M. coriacea conseguem expressar características que se ajustam funcionalmente aos locais mais limitantes. Porém, quando submetidas às condições altamente contrastantes ao seu habitat natural o ajuste pode ocorrer de forma mais lenta, provocando uma redução na aclimatação e na adaptação às novas condições ambientais, por isso populações de altitudes mais elevadas podem ser uma ameaça aos avanços climáticos.
Palavras-chave: Aclimatação; adaptação local; gradiente altitudinal; pericarpo; semente; temperatura.
