ECOFISIOLOGIA DE BROMELIACEAE DE FORMAÇÕES PERIFÉRICAS DE MATA ATLÂNTICA

Nome: Fernanda Campanharo Favoreto
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 23/10/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Antelmo Ralph Falqueto Co-orientador
Luis Fernando Tavares de Menezes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Antelmo Ralph Falqueto Orientador
Dulce Gilson Mantuano Examinador Externo
Elisa Mitsuko Aoyama Examinador Interno
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Examinador Interno
José Luiz Alves Silva Examinador Externo

Resumo: Traços funcionais compõem a adaptabilidade das espécies e permitem distinguir estratégias
ecofisiológicas de comunidades. Um grupo de interesse quanto a resistência ao estresse e distribuição
de traços ecofisiológicos é a família Bromeliaceae, que tradicionalmente tem tipos funcionais
distinguidos pelas estratégias de obtenção de água, níveis de dependência do solo e/ou dos tricomas
peltados e da rota metabólica fotossintética. Bromeliaceae possui a Mata Atlântica como um dos seus
centros de diversidade. Nesse domínio, essa família tem grande importância nas formações periféricas
de restinga e inselberg. O objetivo desse estudo foi identificar in situ as respostas ecofisiológicas de
bromélias dessas formações. Nas estações seca e chuvosa, foram analisados 26 traços foliares
fotossintéticos, nutricionais e morfológicos, além de traços próprios de Bromeliaceae, em comunidades
de três locais de restinga e três locais de inselberg no norte do Espírito Santo, Brasil. Inicialmente foi
realizada a comparação entre as comunidades de restinga e inselberg, entre as estações chuvosa e
seca e entre as espécies ao longo de todo o período. As restingas apresentaram menor desempenho
fotoquímico e nutricional, especialmente na estação seca. Porém, as espécies de ambos os ambientes,
não apresentam queda significativa na eficiência fotoquímica máxima do FSII (ᵩP0) em sua média geral,
demonstrando distintas estratégias de adaptação às limitações de recursos. Em um segundo momento
foi realizada uma análise de agrupamento para verificar se os padrões de respostas seguiam os grupos
funcionais tradicionalmente reconhecidos para a família. Os grupos formados refletem a história da
radiação adaptativa das linhagens, com padrões distintos entre espécies especializadas em restinga,
especializadas em inselbergs e espécies com distribuição comum às formações de Mata Atlântica. Por
fim foi realizada a modelagem para avaliar a base nutricional e morfológica dos traços de fluorescência
da clorofila a, que demonstrou que traços fotossintéticos, especialmente o índice de desempenho
fotoquímico por centro de absorção (PIABS), são mais responsivos a questões nutricionais (fósforo e
nitrogênio) e à disponibilidade hídrica. Tal padrão é parcialmente distinto do esperado pelo espectro de
economia foliar e varia entre os grupos funcionais tradicionalmente reconhecidos para a família. Assim,
as bromélias respondem fisiologicamente nos ambientes periféricos de Mata Atlântica segundo sua
história de radiação adaptativa, demonstrando estar adaptada às imitações de recursos desses
ambientes, mesmo que estejam mais susceptíveis ao estresse nas restingas e apresentem estratégias
fotossintéticas diferentes. Essas respostas de fluorescência da clorofila a, respondem mais fortemente
ao conteúdo de fósforo e nitrogênio e água disponível.

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