Ciclo diário de carboidratos não estruturais em
espécies C3, C4 e CAM de restinga e suas relações
com a fotossíntese e temperatura foliar

Nome: JOÃO PEDRO ZANARDO DE ANDRADE

Data de publicação: 20/03/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA GRANDIS Examinador Externo
DIOLINA MOURA SILVA Examinador Interno
GERALDO ROGERIO FAUSTINI CUZZUOL Presidente

Resumo: No ecossistema restinga ocorrem espécies divergentes quanto ao metabolismo
fotossintético (C3, C4 e CAM). O tipo de mecanismo de assimilação do CO2 e
variações ambientais diárias podem influenciar nas concentrações dos
fotoassimilados na forma de carboidratos não estruturais (açúcares e amido) no
período diurno e noturno. Em se tratando de estudos ecofisiológicos com
espécies nativas, correlações entre as variáveis das trocas gasosas com as
concentrações de CNE e variações microclimáticas como a luminosidade e
temperatura foliar podem auxiliar na compreensão das estratégias adaptativas
em espécies de restinga divergentes quanto ao metabolismo fotossintético.
Hipotetizamos que as espécies do metabolismo C3 e C4 elevem suas
concentrações de CNE ao longo do dia e declinam durante a noite, enquanto a
espécie CAM apresenta resposta inversa. Outra hipótese é de que os teores dos
CNE das espécies C3, C4 e CAM se relacionem diretamente com a taxa de
assimilação líquida. O objetivo desse estudo foi caracterizar a dinâmica dos CNE
e as trocas gasosas nas espécies Protium icicariba (C3), Renvoizea trinii (C4) e
Clusia hilariana (CAM) em um ciclo de 24 horas, e correlacionar essas variáveis
e com a temperatura foliar. A cada 2 horas foram coletadas folhas para as
análises dos CNE, e a cada 4 horas medimos as variáveis das trocas gasosas.
As concentrações de frutose e glicose nas espécies do metabolismo C3 e CAM
aumentaram a partir das 7 h atingindo seus valores máximos às 15h, e
declinando em seguida até os valores mais baixos de 1-5 hs. A dinâmica dos
teores de sacarose em C3 e C4 apresentou resposta inversa ao dos de glicose
e frutose exibindo valores baixos durante o dia e maiores entre 21h e 7h do dia
seguinte. As taxas de A e E das espécies do metabolismo C3 e C4 apresentaram
valores mais elevados entre 10-17 hs, enquanto a CAM apresentou maiores
valores dessas entre 17-7 h. Os maiores teores de monossacarídeos entre 13-
15 h nas espécies C3 e C4 foram atribuídos a maior atividade fotossintética
nesse período confirmado pela correlação positiva entre A e glicose/frutose
nesses dois grupos de metabolismo fotossintéticos. As espécies do metabolismo
C3 e C4 também apresentaram correlações positivas de A e E com a
temperatura da folha. Já a CAM apresentou correlações negativas entre essas
variáveis. Os baixos teores de sacarose nas três espécies na fase clara e escura do dia podem ser reflexo da forte demanda do seu dreno. Concluímos que as
hipóteses levantadas no início do estudo foram validadas parcialmente pois
ambas as espécies apresentaram variações nas concentrações de CNE
semelhantes ao longo do dia. Apesar dessa semelhança, a espécie do
metabolismo CAM foi a única que não apresentou correlação entre os CNE e A.
Palavras-chave: açúcares • amido • ciclo circadianos • sacarose • trocas
gasosas •

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