Plasticidade fenotípica de Protium icicariba (DC.) Marchand (Burseraceae) em restinga
Nome: RENATO SILVA KUNZ
Data de publicação: 27/08/2024
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
CAMILLA ROZINDO DIAS MILANEZ | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ALINE REDONDO MARTINS | Examinador Externo |
CAMILLA ROZINDO DIAS MILANEZ | Presidente |
HILDEGARDO SEIBERT FRANÇA | Examinador Interno |
Resumo: Ecologicamente, as restingas são cruciais, protegendo sedimentos da ação eólica,
fornecendo abrigo e alimento para a fauna. Contudo, a urbanização e
industrialização, especialmente no sudeste do Brasil, têm fragmentado
severamente essas áreas, o que intensificou as ações de conservação. Pertencente
à família Burseraceae, Protium icicariba é uma espécie arbórea nativa do Brasil,
encontrada em florestas de terra firme e restinga. A planta é notável por suas folhas
compostas e flores dispostas em racemos. Sua resina aromática, com propriedades
medicinais, é produzida por estruturas secretoras internas. No entanto, há
divergências quanto ao tipo de estrutura secretora, com alguns estudos
identificando cavidades e outros canais secretores. A plasticidade fenotípica
permite que as plantas ajustem sua morfologia e fisiologia em resposta a variações
ambientais. Em ambientes contrastantes, as plantas desenvolvem adaptações
anatômicas, como cutículas espessas em ambientes xéricos e folhas mais
espessas e pigmentadas em áreas inundadas. Estudos indicam que a distribuição
das comunidades vegetais na restinga é influenciada pela arquitetura dos tecidos
condutores, equilibrando reforço estrutural e eficiência hidráulica. s resinas são
compostos complexos, principalmente terpenoides e fenólicos, produzidos em
resposta a estímulos ambientais ou danos por herbívoros. Antes consideradas
subprodutos metabólicos sem função aparente, hoje se sabe que desempenham
papéis vitais na defesa contra herbívoros, infecções, atração de polinizadores. O
estudo objetivou mensurar os gradientes ambientais de três formações vegetais na
restinga através da análise físico-química do solo e medições de elementos
climáticos, como luz, temperatura e umidade relativa do ar. Também buscou
comparar adaptações anatômicas e diferenças na composição da resina entre as
populações de P. icicariba nas diferentes formações vegetais. As diferenças
ambientais entre as três formações são gradativas, com a Formação Aberta
Arbustiva não Inundável e a Formação Florestal Inundável sendo extremos
opostos, enquanto a Formação Florestal não Inundável seria intermediária. As
respostas anatômicas adaptativas estão associadas a fatores bióticos e abióticos,
como herbivoria, temperatura elevada, salinidade, alta luminosidade, acidez do
solo, baixa disponibilidade de nutrientes, hipóxia causada por inundações ou baixa
disponibilidade hídrica do solo.11
Alguns traços podem sofrer plasticidade fenotípica multifatorial. A composição
química da resina e as estruturas secretoras também apresentam plasticidade
fenotípica sob estresse biótico e abiótico.