INFLUÊNCIA da Salinidade e da Disponibilidade De
nutrientes no Crescimento Inicial de Canavalia Rosea
(sw.) Dc e de Passiflora Mucronata Lam em um Trecho De
restinga
vitória
Nome: JEHOVÁ LOURENÇO JUNIOR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/02/2007
Orientador:
Nome | Papel |
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Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Diolina Moura Silva | Examinador Interno |
FABIO RUBIO SCARANO | Examinador Externo |
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol | Orientador |
Resumo: RESUMO
Na restinga do Parque Estadual Paulo Cezar Vinha, há 12 formações com fisionomias
bem distintas, obedecendo a um gradiente de distribuição e diversidade de espécies no
sentido praia-interior do continente. Canavalia rosea (Fabaceae) está situada na
formação Psamófila-reptante, enquanto Passiflora mucronata (Passifloraceae) encontrase
na formação Palmae. As hipóteses sobre o posicionamento das formações são
diversas. A mais difundida seria a do gradiente salino. Mais recentemente, o fator
fertilidade do solo também tem sido postulado. Buscando elucidar essas questões, foi
conduzido o presente trabalho, tendo como objetivo principal investigar a influência da
salinidade e da nutrição mineral no crescimento inicial de C. rosea e P. mucronata. Para
verificar o efeito da salinidade, as plantas foram cultivadas em tubetes contendo solo da
formação Psamófila-reptante encharcado com soluções de 0, 200, 400 e 600mM de
NaCl. Na análise nutricional, as plantas foram cultivadas em vasos plásticos (3l)
contendo areia lavada como substrato, onde foi aplicada, semanalmente, solução
nutritiva de Hoagland e Arnon (1936) a 20, 100 e 200% de força iônica. Os
experimentos foram conduzidos em casa de vegetação com luz, temperatura e
fotoperíodo natural. Com os dados de massa seca e área foliar, foram calculadas as taxas
de crescimento relativo (TCR), assimilatória líquida (TAL), razão de área foliar (RAF),
razão raiz: parte aérea (R:Pa) e alocação de biomassa (fração de massa radicular,
caulinar e foliar), segundo Hunt (1982). Também foram realizadas análises físicoquímicas
do solo das formações Psamófila-reptante e Palmae. De modo geral, o
aumento da salinidade afetou o crescimento das duas espécies. As plantas não
sobreviveram aos tratamentos de 400 e 600mM, e esse efeito foi tardio em C. rosea.
Melhor desempenho foi obtido por plantas de C. rosea em 0mM (solo de restinga),
exibindo um maior rendimento na produção de biomassa. A razão R:Pa dessa espécie
decresceu com o aumento dos níveis de salinidade, enquanto efeito oposto foi verificado
para as plantas de P. mucronata. Maior rendimento na produção de biomassa da parte
aérea e radicular, das duas espécies, ocorreu em 0 e 200mM de NaCl, respectivamente.
As análises de solo revelaram que a concentração de sódio foi equivalente entre as
formações analisadas, e diferenças significativas foram encontradas quanto à fertilidade.
A formação Palmae desenvolve-se em solos com maiores valores de matéria orgânica e
de saturação por bases. Essas informações confirmam os resultados obtidos
experimentalmente em que plantas de P. mucronata crescem, proporcionalmente, à
disponibilidade de nutrientes no solo, enquanto plantas de C. rosea desenvolvem-se
melhor em deficiência nutricional. Os maiores valores de TAL e TCR de C. rosea
foram obtidos na solução mais pobre em nutrientes, enquanto, para P. mucronata,
maiores valores foram obtidos nas soluções mais ricas. Dessa forma, os resultados
apresentados mostram que o gradiente de fertilidade deve ser o fator preponderante no
posicionamento de plantas nos solos das formações estudadas na restinga do Parque
Estadual Paulo César Vinha.
Palavras-Chave: Restinga. Zonação. Salinidade. Nutrição mineral. Crescimento inicial.