VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DAS RESPOSTAS ECOFISIOLÓGICAS DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA EM UMA LAGOA COSTEIRA TROPICAL COM MÚLTIPLOS USOS: LAGOA JUARA (SERRA, ES).
Nome: LARISSA BASSANI DE OLIVEIRA VIGANOR
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/02/2011
Orientador:
Nome | Papel |
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Valéria de Oliveira Fernandes | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Camilo Dias Júnior | Examinador Interno |
Maria do Carmo Pimentel Batitucci | Coorientador |
MARINA SATIKA SUZUKI | Examinador Externo |
Valéria de Oliveira Fernandes | Orientador |
Resumo: RESUMO
O presente estudo objetivou avaliar a estrutura, dinâmica, respostas ecofisiológicas da comunidade fitoplanctônica e variáveis limnológicas na lagoa Juara, em escala espacial e temporal. Foram realizadas seis amostragens com periodicidade mensal (set/09 a mar/10), separadas em dois grupos: período seco (amostragem de setembro, outubro e janeiro) e período influenciado pela precipitação (novembro, dezembro e março), em cinco estações amostrais localizadas em um gradiente longitudinal na lagoa, representando regiões próximas a desembocadura de córregos (inclusive daqueles veiculadores de matéria orgânica decorrente do lançamento de efluentes domésticos in natura), ao mar e na região de implantação dos tanques-rede. Foram coletadas amostras de sub-superfície e fundo da coluna dágua, sempre pela manhã. As amostras qualitativas foram coletadas com rede de plâncton de 20 µm e as quantitativas com garrafa de van Dorn. A estrutura da comunidade fitoplanctônica foi avaliada com base nos seus principais atributos: riqueza de táxons, densidade total e por Classe, abundância, dominância, diversidade específica e equitabilidade. A biomassa fitoplanctônica foi avaliada através do biovolume total e por Classe e pela concentração de clorofila a. Foram determinados: temperatura (ar/água), transparência, zona eufótica, profundidade, pH, oxigênio dissolvido (OD), turbidez, condutividade elétrica (CE), sólidos totais em suspensão (STS), salinidade, principais nutrientes (silicato, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, ortofosfato, fósforo total), além da razão NT:PT. Foram registrados 214 táxons, sendo a Classe Chlorophyceae mais representativa em termos qualitativos e a Classe Cyanophyceae mais representativa em termos quantitativos durante as amostragens, principalmente na estação 2, onde estão implantados os tanques-rede. A densidade total do fitoplâncton foi elevada, apresentando maiores valores na amostragens influenciadas pela precipitação e nas estações 2, 4 e 5. Os dados de biovolume e concentração de clorofila a foram mais elevados nos meses secos e na estação 4. De modo geral, as Classes Bacillariophyceae, Chlorophyceae e Euglenophyceae apresentaram maior contribuição, em termos de biovolume. A lagoa Juara se caracterizou como um ambiente raso, oligohalino, apresentando águas neutras, com elevados valores de temperatura, CE, zona eufótica e transparência, baixos valores de OD (exceto nas estações 4 e 5). Os valores de OD, pH, CE, salinidade e STS apresentaram variação temporal e espacial horizontal significativas. Foram registradas altas concentrações de ortofosfato, fósforo total, silicatos, nitrogênio total e nitrogênio amoniacal, elevada razão NT:PT, principalmente nas estações 4 e 5. O Índice de Estado Trófico de Carlson classificou a lagoa Juara como de mesotrófica (estações 1,2 e 3) a eutrófica (estação 4), sendo a estação 5 meso-eutrófica. Não houve variação espacial vertical significativa; em relação à variação espacial horizontal as estações 1, 2 e 3 apresentaram características limnológicas e biológicas que as diferiram significativamente das estações 4 e 5, influenciadas pelo sistema de tanques-rede e córrego Laranjeiras (veiculador de efluentes domésticos in natura), respectivamente, além de ambas serem as estações mais próximas da conexão com o mar. Apesar da importância regional pelos seus múltiplos usos, a lagoa Juara mostrou sinais de alterações de suas condições ambientais que comprometem seus usos, especialmente cultivo intensivo de peixes para consumo, lazer e recreação, evidenciado pelas respostas ecofisiológicas do fitoplâncton e pelas variáveis limnológicas analisadas.