USO DE EXTRATOS VEGETAIS PARA O
CONTROLE DE FUNGOS EM SEMENTES CRIOULAS.
Nome: JULIANA TRINDADE LIMA
Data de publicação: 24/02/2023
Banca:
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Papel |
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HILDEGARDO SEIBERT FRANÇA | Presidente |
JEAN CARLOS VENCIONECK DUTRA | Examinador Externo |
LEONARDO FARIA SILVA | Examinador Externo |
STEFANO ZORZAL DE ALMEIDA | Examinador Interno |
VIVIANA BORGES CORTE | Examinador Interno |
Resumo: As sementes crioulas podem ser definidas como aquelas variedades tradicionais de
plantas cultivadas e adaptadas aos locais onde se desenvolveram por muitos anos.
Constituem uma importante forma de recuperação e preservação da base genética
de muitas espécies de plantas cultivadas. As condições precárias de
armazenamento em cultivos agroecológicos podem contribuir para a ocorrência de
diversos fungos que infestam as sementes crioulas. Estes organismos são capazes
de promover a deterioração mais rápida das sementes colhidas e afetar sua
germinação, logo os agricultores recorrem às sementes melhoradas e/ou tratadas
com fungicidas químicos colocando em risco a sobrevivência desse patrimônio
genético armazenado in vivo. A aplicação extensa e repetida desses agroquímicos
sintéticos pode levar a efeitos negativos, como fungos resistentes, contaminação
ambiental e de organismos não alvos. Portanto, criam um ímpeto para a busca de
medidas alternativas de controle naturalmente seguras, como extratos de plantas
com potencial antifúngico. Os extratos de aroeira (Schinus terebinthifolia Raddi) e
alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.) têm demonstrado efeito inibidor no
crescimento de fungos de pós-colheita. Com isso, o objetivo foi avaliar os efeitos de
extratos vegetais no controle de fungos e na qualidade fisiológica de sementes
crioulas de feijão e milho antes e após o armazenamento. As fohas de aroeira e
alfavaca-cravo foram coletadas na Fazenda Experimental Engenheiro Agrônomo
Reginaldo Conde (FERC) no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural (INCAPER), Viana, ES. Os extratos etanólicos foram obtidos por
maceração em etanol e posterior fracionamento com solventes de polaridade
crescente (hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol). Foram investigados os
extratos etanólicos e suas respectivas frações de polaridades crescentes de folhas
de ambos os vegetais quanto à composição química, atividade antioxidante e
antifúngica in vitro sobre os fungos associados a sementes crioulas durante o
armazenamento. O extrato etanólico e a fração diclorometano de ambas as plantas
apresentaram os melhores resultados de inibição do crescimento in vitro fúngico de
Aspergillus sp. e Rhizopus sp. A fração butanol da aroeira exibiu a maior capacidade
antioxidante, porquanto na alfavaca-cravo o extrato etanólico este efeito foi mais
acentuado.Diante dos resultados antifúngicos, os extratos de alfavaca-cravo foram
mais ativos contra os fungos testados. As sementes foram adquiridas do banco de
sementes do Instituto Federal do Espírito Santo campus Santa Teresa, ES. As
sementes foram submetidas ao extrato etanólico e fração diclorometano de folhas de
alfavaca-cravo e a nanoemulsão de eugenol e armazenadas em recipientes de
plásticos a temperatura ambiente. Foi realizado o teste de sanidade e germinação
das sementes, no pré e pós-armazenamento. Os fungos encontrados nas sementes
são dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Rhizopus. Nas sementes de feijão o
tratamento com nanoemulsão de eugenol foi mais eficaz na redução da incidência
dos patógenos, por outro lado, nas sementes de milho, o extrato etanólico e a fração
diclorometano foram mais ativos. A fração diclorometano e a nanoemulsão de
eugenol afetaram negativamente o vigor das sementes de ambas as culturas. Os
resultados indicam potencial do uso de extratos de O. gratissimum na preservação
de sementes armazenadas.
Palavras-chave: Agroecologia • fitopatógenos • metabólitos secundários •pesticidas
•sementes