ESTUDOS ECOTOXICOGENÉTICOS E FISIOLÓGICOS DO ÓXIDO DE ZIRCÔNIO (ZrO2) EM PLANTAS
Nome: FRANCISCO RODRIGUES SANT'ANNA
Data de publicação: 27/02/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| DÂNIA ELISA CHRISTOFOLETTI MAZZEO MORALES | Examinador Externo |
| FRANCIELEN BARROSO ARAGAO | Examinador Interno |
| SILVIA TAMIE MATSUMOTO | Presidente |
Resumo: Os contaminantes emergentes metálicos podem apresentar riscos à saúde humana e ambiental. Contudo, seus efeitos ainda não foram amplamente estudados. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos causados pelo zircônio, metal integrante desse grupo de contaminantes emergentes, em organismos vegetais. Foram preparadas cinco soluções teste (C1, C2, C3, C4 e C5) contendo 200 g/mL, 100 g/mL, 50 g/mL, 25 g/mL e 12,5 g/mL de dióxido de zircônio (ZrO2), respectivamente, diluídos em uma solução de dimetilsulfóxido (DMSO) a 0,5%. Para o controle negativo, utilizou-se água destilada e, para o controle do veículo de
diluição, a solução DMSO. As radículas de Lactuca sativa L., germinadas nas diferentes soluções teste, foram quantificadas e medidas para avaliar os efeitos sobre a germinação e o desenvolvimento inicial. O meristema radicular de Allium cepa L. foi utilizado para determinar a citotoxicidade, por meio da análise do ciclo celular, a genotoxicidade, por meio da análise de alterações cromossômicas e nucleares, e a mutagenicidade, pela contabilização de células com micronúcleos em células meristemáticas e da região F1. A determinação dos índices de pigmentos e de nitrogênio total foi realizada nas primeiras folhas verdadeiras de Phaseolus vulgaris L. O teste estendeu-se por 3 semanas, com reaplicações semanais das soluções de ZrO2. A análise dos danos morfológicos foi realizada 7 dias após a aplicação a primeira aplicação, em conjunto com as primeiras medições dos índices. Nas duas últimas semanas, as medições passaram a ocorrer 6 dias após cada reaplicação. No 21o dia de experimento, os indivíduos de P. vulgaris foram retirados para análise de biomassa e dos comprimentos, radicular e da parte
aérea. Os resultados obtidos nos testes citogenéticos e nos ensaios de germinação e crescimento foram expressos em média e desvio padrão. Para verificar a normalidade dos dados, foi empregado o teste de Shapiro-Wilk. Dados normais (P > 0,05) foram submetidos à ANOVA, seguida do teste de Tukey. Já para dados não normais (P < 0,05), utilizou-se Kruskal-Wallis. Nenhuma concentração causou efeito adverso em L. sativa. O Zr não foi capaz de promover alterações cromossômicas e nucleares significativas em células meristemáticas; no entanto, nas de F1, a solução C1 demonstrou potencial danoso. Em P. vulgaris, o índice de antocianinas exibiu um aumento dependente das concentrações de Zr, e o de flavonoides, decréscimo. As folhas apresentaram clorose e necrose. Apenas plantas tratadas com C1 tiveram o comprimento da parte aérea reduzido. Os grupos
não apresentaram diferenças relevantes entre si quanto à massa fresca, no entanto, a massa seca das raízes e da parte aérea de plantas submetidas a C1 apresentou danos, assim como as raízes daquelas expostas a C2. O estudo demonstrou que o Zr não causou alterações cromossômicas e nucleares em células meristemáticas, mas apresentou efeitos deletérios em células de F1. Além disso, algumas concentrações impactaram negativamente o crescimento de P. vulgaris. Assim, os resultados indicam que o Zr, em doses acima de 100 g/mL, pode causar efeitos tóxicos em organismos vegetais.
