Potencial alelopático de extratos de folhas de Geonoma schottiana (Arecaceae)
Nome: ALESSANDRO BERMUDES GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2016
Orientador:
Nome | Papel |
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Viviana Borges Corte | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Ary Gomes da Silva | Suplente Externo |
Hildegardo Seibert França | Suplente Interno |
Idalina Tereza de Almeida Leite | Examinador Externo |
Maria do Carmo Pimentel Batitucci | Examinador Interno |
Patrícia Silvana Andreão | Coorientador |
Viviana Borges Corte | Orientador |
Resumo: Como forma de atender a demanda ambiental, objetivou-se estudar o potencial alelopático da palmeira aricanga, espécie da família Arecaceae, nativa da Mata Atlântica e endêmica do Brasil, como possível alternativa ao uso de herbicidas sintéticos altamente poluentes e persistentes no ambiente. Foram usados extratos foliares da Geonoma schottiana na germinação de uma planta cultivada e outra daninha (alface e capim colonião, respectivamente). As folhas foram maceradas utilizado-se como extratores o metanol, acetato de etila e hexano durante uma semana. Após este procedimento, o solvente foi evaporado, e foram preparadas três concentrações (200 mg/L, 400 mg/L e 800 mg/L) dos extratos, os quais foram comparados aos efeitos da água destilada, considerada como controle (0 mg/L). Foram postas para germinar 100 sementes de alface e Capim Colonião distribuídas em 4 placas de Petri forradas com duas folhas de papel germitest umedecidos com os diferentes extratos e concentrações. Os testes foram conduzidos em temperatura constante de 20oC para germinação da alface e 25ºC para germinação do capim colonião e luz constante com quatro lâmpadas fluorescentes (20W) em câmara de germinação tipo BOD. O número de sementes germinadas foi contado diariamente, obtendo-se ao final de 7 dias, a porcentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG). Houve interação significativa entre os diferentes extratores, concentrações e plantas testadas para todos os parâmetros avaliados de acordo com o teste de Scott nott ao nível de 1% de probabilidade. Observou-se uma diminuição na porcentagem de germinação tanto das sementes de alface quanto de capim colonião em relação ao controle em todos os extratos testados, sendo que a menor taxa de germinação foi observada quando as sementes foram expostas aos extratos de hexânicos nas concentrações de 400mg/l e 800mg/l. O IVG foi reduzido significativamente por todos os extratos, tendo o extrato de acetato de etila 800mg/l promovido a maior redução sobre o IVG. Além disso, observa-se também uma maior inibição da germinação das sementes do capim colonião do que da alface quando submetidas aos extratos hexânicos. Extratos de folhas de Geonoma schottiana provocaram redução no comprimento das folhas de alface a partir de 200mg/L em todos os extratos, sendo que há uma redução significativa no extrato de acetato de etila, na qual se observa na concentração de 800mg/L um menor desenvolvimento no comprimento foliar. No capim colonião notamos uma redução significativa do comprimento foliar nos extratos de acetato de etila e hexânico, na qual se observa na concentração de 800mg/L um menor comprimento foliar, sendo que há uma relação de dose dependente. Observando o comprimento da raiz, notamos que extrato de acetato de etila provocou uma maior redução no comprimento da radícula tanto da alface quanto do capim colonião, sendo observada a redução do comprimento da radícula com o aumento da concentração. Na prospecção fitoquímica dos metabólitos secundários dos extratos de folhas de Geonoma schottiana foram encontrados cumarinas, alcalóides, esteróides e flavonóides. Na análise do índice mitótico, observou-se uma alteração nos três tratamentos, principalmente no extrato hexânico, sendo que o aumento da concentração promovia uma maior redução do índice mitótico.
Tais resultados indicam um efeito promissor dos extratos foliares de Geonoma schottiana para uso agrícola sustentável no controle de plantas invasoras e potencialidade para estudos futuros de identificação dos compostos bioativos, presentes nos extratos testados. Dessa forma, além do maior conhecimento acerca do efeito alelopático, pode-se também melhor conhecer a biologia de espécies florestais nativas pouco estudadas.